Somos todos iguais nessa crise, por Daniel Thame

Patrões e trabalhadores: juntos e misturados
JBO

Daniel Thame

Houve um tempo em que produtor de cacau não queria ver sem-terra nem a anos luz de distância. E vice versa.

Eram tempos de um fruto que valia ouro e em que a diferença entre ricos e pobres poderia ser medida, em Itabuna, nas mansões do bairro Góes Calmon e nos barracos no bairro Maria Pinheiro.

Ou nas sedes suntuosas das fazendas e nas casas modestas dos trabalhadores rurais.

Foi preciso uma crise que já dura mais de duas décadas e que devastou a economia regional para que produtores, trabalhores e sem terras percebessem que longe de serem inimigos, podem ser aliados, nessa luta pela retomada do desenvolvimento regional que não pode ficar apenas no blablabla.

O protesto contra a importação de cacau e os baixos preços do produto sulbaino mostrou que a convivência não é apenas possível, mas necessária.

Somos todos iguais nessa crise. E é só juntos e misturados é  que vamos sair dela.

O autor é jornalista e editor do Blog do Thame